
Obstetras do Centro Hospitalar de Leiria apresentam escusa de responsabilidade clínica
Os médicos estão "esgotados". Em julho realizaram-se no CHL 242 partos e 1.476 admissões, uma escalada face a junho, aponta o sindicato.
Os médicos estão "esgotados". Em julho realizaram-se no CHL 242 partos e 1.476 admissões, uma escalada face a junho, aponta o sindicato.
Declaração serve para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou criminal dos enfermeiros face ao número de doentes a seu cargo.
Serviço encontra-se com "défice grave de recursos humanos, com a totalidade do serviço ocupado e doentes em maca nos corredores".
Manuel Pizarro disse que "o problema mais difícil" não é tanto o afluxo, mas a dificuldade de internar doentes nas enfermarias "num hospital que está permanentemente cheio".
"Em causa está a falta de condições mínimas para assegurar os cuidados adequados e as condições de segurança necessárias aos doentes" que recorrem a este serviço no Hospital Fernando Fonseca, indica a Ordem dos Enfermeiros.
Foram mais de sete mil pedidos em 2022, seis vezes mais do que no ano anterior, segundo a Ordem dos Enfermeiros. A SÁBADO recolheu o testemunho de um antigo enfermeiro do Hospital Garcia de Orta, em Almada - o segundo com maior número de pedidos a nível nacional.
Entre as 19 especialidades, constam internos que estão a fazer a sua formação especializada no CHULC em ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cirurgia cardíaca e geral, oncologia, pediatria, radiologia, gastroenterologia e ortopedia.
Instalações impediram fecho temporário ao completar as escalas com profissionais que tinham menos horas extra feitas este ano.
Números quintuplicaram desde novembro de 2021. Ordem diz estar em causa "a degradação dos serviços" que se reflete na "qualidade e segurança dos cuidados prestados".
Estas declarações do Presidente da República surgem numa altura em que muitos médicos têm apresentado escusas de responsabilidade por considerarem que não estão reunidas as condições necessárias para desempenharem as funções cumprido as regras da boa prática médica.
Depois de os médicos de ginecologia e obstetrícia do País emitirem um pedido de escusa de responsabilidades nas urgências, a SÁBADO falou com a presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Maria do Céu Neves sublinha que este é um problema que já se arrasta há algum tempo.
Para os enfermeiros, "a pressão adicional" sobre os recursos técnicos e humanos disponíveis vivenciada na unidade está "a tornar-se incomportável", com particular incidência na equipa de enfermagem.
Ordem dos Enfermeiros recebeu mais de cinco mil pedidos de escusa de responsabilidade. No Hospital de Gaia, o serviço de obstetrícia tem todos os enfermeiros neste regime.
Em França, na primária, está-se a voltar aos ditados, cópias, leitura em voz alta e cálculo mental porque já se percebeu os graves problemas provocados por anos a fio de "pedagogias contemporâneas".
O Serviço de Urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, vive uma situação caótica: há um surto de Covid porque os doentes não têm o distanciamento necessário, o espaço está lotado com mais do triplo da capacidade e não há profissionais de saúde suficientes para fazer os turnos.
Estamos perante uma bola de neve que ameaça avolumar-se. O Governo continua a não ter uma forma de incentivar a fixação dos enfermeiros no SNS.