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“Todos os meus dias são um adeus” – François Chateaubriand, escritor e político francês, 1768-1848
No dia em que foram conhecidas as acusações do Ministério Público a José Sócrates, recuei a 1990 para recordar o caso Emaudio ou do fax de Macau – durante anos o mais mediático acerto de contas da justiça com a classe política. Esse processo envolveu, entre outros, aquele que foi um dos meus melhores amigos de toda a vida: João Tito de Morais.
Acusado de corrupção ativa, foi julgado e condenado, apesar de Carlos Melancia, ex-governador de Macau e alegado corrompido, ter acabado absolvido. Acompanhei de perto o drama do João, a firmeza como se reclamava inocente, o sofrimento com que enfrentou os mais próximos e em particular a tristeza causada ao pai, Manuel Tito de Morais, que fora presidente da Assembleia da República e, como o filho, exilado político e fundador do Partido Socialista.
Devo boa parte da minha carreira ao João Tito, que viria a morrer de pneumonia, em 2001, na sequência de um cancro que parecia ter vencido. E escolho esta hora de sensibilidades à flor da pele – em que amizades se renegam, cumplicidades queimam e memórias se apagam – para uma homenagem à sua memória e ao seu espírito jovial e empreendedor.
Nunca me interessou julgá-lo. Se era culpado, pagou. Lá por onde anda, de mim só sentirá gratidão, ternura e a alegria das boas recordações.
OBSERVADOR
Arquitetos ou primos?
Passaram as eleições, já dá para protestar. Em baixo, uma foto, minha, mostra como nas recentes obras do Saldanha, em Lisboa, alguém optou por não subir o lancil, nem colocar pilaretes, no passeio central da Avenida Praia da Vitória, o que fez com que os carros dos selvagens destruíssem as plantas e o sistema de rega.
Na segunda foto, de Olga Borges, vemos como na Praça Prof. Santos Andreia, em Benfica, também na capital, o arranjo urbanístico não contou com a circulação de autocarros. Em ambos os casos, o trabalho desqualificado atirou dinheiro para o lixo porque vai ser preciso refazer o que já estava feito. Será que a Câmara de Lisboa não tem engenheiros, nem arquitetos profissionais, e é tudo feito ao nível de amigos das primas?
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