Sábado – Pense por si

Feira do Livro do Porto vai homenagear Sérgio Godinho

O músico e romancista vai ser homenageado no ano em que se torna octogenário. "O Porto tem uma espécie de 'terroir' de escritores de canções", defendeu Rui Moreira, em conferência de imprensa.

Capa da Sábado Edição 16 a 22 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 16 a 22 de setembro
Lusa 27 de fevereiro de 2025 às 16:07
Arlindo Camacho

O músico e compositor Sérgio Godinho vai ser o autor homenageado na Feira do Livro do Porto que regressa, de 22 de agosto a 07 de setembro, aos Jardins do Palácio de Cristal, foi esta quinta-feira anunciado.

O também escritor celebra o 80.º aniversário durante a Feira do Livro do Porto, cidade onde nasceu e que tem "como raiz e ponto de referência", afirmou Sérgio Godinho, na conferência de imprensa que decorreu esta manhã na Casa do Roseiral.

"É um prazer regressar ao Porto", assinalou o artista, destacando o papel que os livros tiveram ao longo da sua vida.

"Sempre tive uma afeição muito grande aos livros. Em minha casa lia-se obsessivamente, tanto o meu pai como a minha mãe. A minha avó paterna, a certa altura, teve um alfarrabista e eu ia para lá literalmente cheirar os livros porque o livro era sempre aquele objeto que já estava empoeirado, mas que me atraia e sempre atraiu", recordou.

Sérgio Godinho assinalou ainda o papel da escrita na sua vida, que está também marcada pelo teatro, cinema, televisão, literatura infantojuvenil, romance, crónica e poesia.

"O prazer das escritas, da criação e da consecução prática em palco é aquilo que me dá uma grande energia de vida", referiu.

Para o músico, iniciativas desta natureza permitem-lhe "não perder o Porto", cidade onde viveu a sua juventude antes de viajar pelo mundo e se mudar para França, de onde só regressou após o 25 de Abril de 1974.

"São maneiras de eu voltar ao Porto e não perder o Porto", assinalou, recordando que, quando iniciou a sua carreira, compôs duas canções para manter o elo de ligação à cidade: Porto, Porto e O Porto aqui tão perto.

Já o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que assiste pela última vez à feira no cargo, afirmou, relembrando o antigo vereador da Cultura do município Paulo Cunha e Silva, que a Feira do Livro se tornou "independente, aberta, contemporânea, popular e cosmopolita".

"A cada edição do evento estas características foram sendo sublimadas, tendo a Feira do Livro do Porto consolidado o seu modelo híbrido entre o certame livreiro e o festival literário", assinalou, lembrando que esta não é a primeira vez que o evento homenageia um compositor, tendo, em 2018 José Mário Branco sido a figura central.

"O Porto tem, aliás, uma espécie de terroir de escritores de canções", acrescentou, enumerando Carlos Tê, Pedro Abrunhosa, Rui Reininho, Miguel Araújo, Manel Cruz ou Capicua.

A 12.ª edição da Feira do Livro do Porto sob alçada da autarquia terá como coordenador o escritor Francisco José Viegas e programador João Gestas.

Os temas "amor e liberdade" irão nortear a programação desta edição e durante os 17 dias do evento são esperados concertos, sessões de cinema, leituras e mais de 100 espetáculos gratuitos. Está também previsto um concerto de Sérgio Godinho.

Artigos Relacionados
A Newsletter Para Si é SÁBADO no seu e-mail
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)