Livro sobre dois aspirantes a escritores na fervilhante cidade do méxico dos anos 70 - onde o próprio Bolaño viveu
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Chega a Portugal o quarto livro de Roberto Bolaño publicado a título póstumo - o chileno morreu em 2003 com apenas 50 anos. O Espírito da Ficção Científica é um livro de iniciação, passado na "sua" Cidade do México
O primeiro ponto que tem de se fazer sobre este livro é que não é para quem quer fazer uma introdução a Roberto Bolaño. É para quem já o conhece de outros campeonatos - de 2666 ou de Os Detectives Selvagens, apenas para dar dois exemplos.
A razão deve-se ao facto de ser um livro de quase iniciação literária - começou a ser magicado na sua cabeça em finais dos anos 70 e foi terminado em 1984, quando Bolaño acabara de virar os trintas (nasceu em 1953) - e contém algumas personagens e temas que viriam a ser explorados em romances posteriores. Há ali um carácter de esboço, que levaria o autor a não querer publicá-lo em vida.
Carolina López, a viúva, tem dado a cara por estas decisões de ir ao baú lá de casa. Na Feira do Livro de Guadalajara, em Novembro, López referiu que o "Arquivo Bolaño" contém 14.374 páginas, onde se incluem poemas e centenas de cartas, recortes, revistas e fotos. Foi nessa feira, uma das mais importantes do mundo literário em língua espanhola, que O Espírito da Ficção Científica foi apresentado.
E, para os que já estão familiarizados com Bolaño, esta edição tem uma preciosidade, que os levaria a dar gritinhos histéricos se as pessoas que lêem boa literatura dessem gritinhos histéricos: o volume inclui 25 páginas com manuscritos fac-similados, onde se vê como era a caligrafia limpinha e certinha de Bolaño, bem como o seu método.
As folhas são retiradas do arquivo pessoal do autor. Algumas estão colocadas lado a lado, para se ver como era a primeira versão de uma passagem do livro e depois como ficou pronta depois do trabalho de depuração do autor. Há ainda desenhos das personagens e esquemas para a estrutura narrativa do romance - que não segue em linha direita.
Uma nota final, antes de falar propriamente deste livro: a Quetzal anunciou que ainda em 2017 vai lançar outro inédito de Bolaño em Portugal (Putas Assassinas), além de outro livro póstumo (Pátria, composto por três novelas), uma nova tradução de Os Detectives Selvagens e uma edição especial de 2666.
Livro sobre dois aspirantes a escritores na fervilhante cidade do méxico dos anos 70 - onde o próprio Bolaño viveu