Ana Bola e Maria Rueff participaram no desfile de Dino Alves, mas não desfilaram. Protagonizaram antes o momento alto da noite, numa acutilante sátira à indústria da moda e ao seu público.
Dino Alves já tinha adiantado que este desfile pretendia ser uma espécie de panfleto revolucionário e, com o nome "Manual de Instruções", só restava mesmo especular. Assim que as luzes se apagaram para dar início a mais um desfile, entraram em cena Ana Bola e Maria Rueff, em representação do criador, para instruir o público sobre a colecção. As duas actrizes lideraram uma performance que arrancou gargalhadas e aplausos aos presentes, mesmo àqueles a quem foram direccionadas umas farpas satíricas. Em nome de Dino Alves, explicaram que o desfile ia ter a duração de 13 minutos e uns segundos, bem mais do que toda a gente levou a entrar e a sentar-se. Cumprimentaram os VIP (very importante person) que são na realidade quem ajudou na confecção das suas peças e forneceu as matérias-primas – o chapeleiro, costureiras, alfaiates e todos os envolvidos no processo; e a imprensa – cor-de-rosa, azul bebé e mesmo a transparente, que nada escreve sobre os desfiles a que assiste.
Em resposta à recorrente questão "Mas quem é que vai vestir isto?" as actrizes fizeram questão de explicar que algumas peças são mais complexas em termos de styling para efeitos de show, mas que estão TODAS à venda na loja do criador, onde as pessoas se deslocam para pedir convites e roupa emprestada para eventos. Esta foi uma das críticas mais ferozes ao status quo na moda em Portugal. Em relação à colecção, o criador optou por uma minimização dos recursos – peças com o mínimo de acabamentos, sem bainhas feitas, sem botões ou fechos eclair, para que, imagine-se, os compradores acrescentem personalidade às suas peças, a partir de modelos a que chamou "faça você mesmo".
Depois de uma apresentação digna de um grande palco, desfilaram as peças do criador, todas com uma etiqueta pendurada, lembrando que o criador precisa de vender, de entre as quais se destacaram sweats e t-shirts com frases como I Prefer Chanel ou I Love Gucci, numa crítica mordaz aos compradores portugueses que relegam a assinatura portuguesa para segunda opção. No final do desfile, quando Dino Alves dá a cara, lê-se na sua roupa Buy Me e a mensagem não podia ser mais clara.
Para poder adicionar esta notícia deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da SÁBADO, efectue o seu registo gratuito.
Billions: meninos de coro não chegam a bilionários
Joana Solnado: "Queria ser cirurgiã cardíaca pediátrica"
EDP Live Bands: semifinalistas conhecidos a 9 de Abril
Este não é um pastel qualquer
Assim que as luzes se apagaram para dar início a mais um desfile, entraram em cena Ana Bola e Maria Rueff, em representação do criador, para instruir o público sobre a colecção
Ana Bola e Maria Rueff participaram no desfile de Dino Alves, mas não desfilaram. Protagonizaram antes o momento alto da noite, numa acutilante sátira à indústria da moda e ao seu público.
Dino Alves já tinha adiantado que este desfile pretendia ser uma espécie de panfleto revolucionário e, com o nome "Manual de Instruções", só restava mesmo especular. Assim que as luzes se apagaram para dar início a mais um desfile, entraram em cena Ana Bola e Maria Rueff, em representação do criador, para instruir o público sobre a colecção. As duas actrizes lideraram uma performance que arrancou gargalhadas e aplausos aos presentes, mesmo àqueles a quem foram direccionadas umas farpas satíricas. Em nome de Dino Alves, explicaram que o desfile ia ter a duração de 13 minutos e uns segundos, bem mais do que toda a gente levou a entrar e a sentar-se. Cumprimentaram os VIP (very importante person) que são na realidade quem ajudou na confecção das suas peças e forneceu as matérias-primas – o chapeleiro, costureiras, alfaiates e todos os envolvidos no processo; e a imprensa – cor-de-rosa, azul bebé e mesmo a transparente, que nada escreve sobre os desfiles a que assiste.
Em resposta à recorrente questão "Mas quem é que vai vestir isto?" as actrizes fizeram questão de explicar que algumas peças são mais complexas em termos de styling para efeitos de show, mas que estão TODAS à venda na loja do criador, onde as pessoas se deslocam para pedir convites e roupa emprestada para eventos. Esta foi uma das críticas mais ferozes ao status quo na moda em Portugal. Em relação à colecção, o criador optou por uma minimização dos recursos – peças com o mínimo de acabamentos, sem bainhas feitas, sem botões ou fechos eclair, para que, imagine-se, os compradores acrescentem personalidade às suas peças, a partir de modelos a que chamou "faça você mesmo".
Depois de uma apresentação digna de um grande palco, desfilaram as peças do criador, todas com uma etiqueta pendurada, lembrando que o criador precisa de vender, de entre as quais se destacaram sweats e t-shirts com frases como I Prefer Chanel ou I Love Gucci, numa crítica mordaz aos compradores portugueses que relegam a assinatura portuguesa para segunda opção. No final do desfile, quando Dino Alves dá a cara, lê-se na sua roupa Buy Me e a mensagem não podia ser mais clara.